Alimentação Saudável - Escutar o Corpo

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL | ESCUTAR O CORPO

24 de Julho de 2012 às 0:19
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Estudamos, evoluímos em consciência e manifestamos a nossa perspetiva - algo natural e necessário - o que deixa de ser natural é quando assumimos posturas radicais ou tentamos impingir a nossa consciência aos restantes que ainda nem a espreitam!

Deparei-me com uma página sobre o Vegetarianismo, onde se tenta convencer o ser humano que ser vegetariano corresponde ao nível de consciência mais desenvolvido ou mais evoluído. Até se poderia entender e quem sabe experimentar essa filosofia de vida, não fosse a forma como a mensagem é passada.
Cada cartaz uma atrocidade – que segundo os autores, são chamadas de consciência – desde o homem com uma farpa simbolizando o touro, até escreverem que uma percentagem do leite de vaca é pus, ou compararem de uma forma violenta e chocante a carne humana com a carne do animal, tudo o que possam imaginar é possível encontrar naquela página!

Volto a referir – todos somos livres de manifestar o que sentimos – mas até que ponto, quando se trata de uma intenção saudável ou que supostamente é mais harmoniosa para o ser humano, devemos usar a violência e ir pela via do choque emocional ou psicológico? Até que ponto essas atitudes não contribuem ainda mais para a existência de violência e comportamentos insensíveis e inconscientes?
Para que entenda melhor o que quero referir, partilho um pouco da minha experiência no que diz respeito ao:
Iniciei esta caminhada de meditação, paz e amor incondicional em tempo real aos 33 anos, à cerca de 5 anos e meio sensivelmente. Acredito e sinto que só desde esse momento tomei consciência do que sou e pelo fato de me ter tornado fiel a mim mesmo, desenvolvi capacidades e mecanismos sensitivos, emocionais e mentais, que me ajudaram a estudar e a analisar o meu comportamento na ligação a tudo o que fazia parte da minha vida. Comecei a sentir que me tornei aprendiz de mim mesmo e que a caminhada tinha apenas acabado de começar naquele momento.
Nessa altura, tive a honra e a oportunidade de conhecer alguém que me mostrou o mundo vegetariano, que me levou a uma aprendizagem e uma consciência mais próxima do que é ser vegetariano. No decurso dos trabalhos que ainda realizámos em conjunto, deliciava-me com os seus pratos e com o seu toque especial, diferente do que conhecia até então.

O tempo passou e como tudo tem o seu tempo certo, ao longo destes anos todos, no percurso de todo o meu trabalho, fui trabalhando, entendendo, curando, harmonizando cada vez mais as ligações a tudo o que de alguma forma me incomodou a vida inteira, até chegar à alimentação.

O ciclo da evolução humana - pelo menos no que toca à minha própria evolução- gere-se pela consciência e pela necessidade de repetirmos experiências e sensações, tantas vezes quantas as necessárias até percebermos a aprendizagem realizada e até sentirmos a harmonia ou apenas a sensação ‘encaixe’ ou por outras palavras – até integrarmos e manifestarmos a consciência que TUDO É dentro de cada um de nós.

A certeza de um caminho a percorrer – tomando como princípio ser fiel a mim mesmo e assumindo a responsabilidade sobre tudo o que existe na minha vida como fruto das minhas escolhas, permitiram-me criar no fecho de cada ciclo, mais e mais condições para avançar em direção à essência e à fonte que existem em mim e consequentemente à vida, ao mundo ao centro da consciência e principalmente ao reconhecimento dos meus mestres de vida – você que me lê e todos os que vivenciam experiências diárias comigo, partilhando as suas histórias, as suas forças e as suas fragilidades.
Tudo isto para dizer que mesmo sabendo que possivelmente ser vegetariano seria uma boa opção, só agora, nesta fase, desde há uns meses para cá, o meu corpo começou a pedir esse género de alimentação.
Tudo se acentuou novamente com a minha ida a Cuba. Lá festejam todos os momentos mais importantes com a matança de um porco. Não importa se os dias de comemorações ou dias importantes são seguidos uns aos outros, ou com apenas 2 dias de intervalo – existe sempre espaço para matar mais um porco!
Com todas as experiências anteriores, já tinha criado alguma aversão à carne de porco, e ano após ano, a aversão tornou-se cada vez mais evidente. Este ano escolhi não comer carne de porco e preferir o arroz com feijão ou outras especialidades da terra – na verdade nos outros anos fiz a mesma coisa – a diferença é que este ano tomei consciência do que estava a fazer em tempo real!

Apesar de ao longo de todos estes anos de trabalho, associado à meditação e à consciência de que ‘sou o eu sou’, o gosto e o prazer de comer carne diminuíram consideravelmente, tendo em conta o fato de sentir de uma forma cada vez mais apurada a vibração energética do alimento.
Uma vez, por outra, sentia vontade de comer um bom bife com ovo estrelado, o que deixou de acontecer desde esta última visita a Cuba.

O auge desta consciência - por mais que se diga que sabemos e temos consciência e sentimos e blá, blá, blá…existem sempre novas consciências e novos momentos de verdade que nos fazem reafirmar infinitamente a magia que é a vida - aconteceu quando estava a descascar uma batata! Pois é – uma simples batata!!!

De repente dei por mim a entrar na batata…fazendo parte dela. Nesse momento pensava tranquilamente: ‘ok – tudo o que é fora é dentro – tudo o que entra fará parte da força criadora que habita em mim – tudo o que entra pelos meus olhos, será processado e fará parte de toda a minha manifestação, de acordo com o conceito e com as memórias associadas… então se a batata entra pelos teus olhos e faz parte de ti mesmo (falando para mim), mais depressa fará quando entrar pela tua boca – e fez-se luz!!!’

Finalmente e após espreitar esta consciência milhentas vezes, tinha chegado à sua essência e verdade – as frases e afirmações de todas as memórias associadas a pessoas e leituras efetuadas surgiam na minha mente como um relâmpago – tudo se parecia conjugar. Então senti que estava preparado para iniciar o meu trabalho referente ao estilo de alimentação. A partir desse momento, se antes dizia que agradecia em cada refeição, se antes dizia que ligava o meu coração ao prato da comida que estava à minha frente, energizando e tomando consciência de que tudo o que ia ingerir serviria para alimentar as minhas células e todo o meu corpo…se antes fazia já tudo isso, a partir daquele momento, é como se tivesse fechado o ciclo de testes e provas para merecer aquilo e passou a ser uma necessidade natural e uma manifestação de gratidão e amor espontâneos em tempo real, cada vez que me alimentava. Desde então tudo se alterou no que diz respeito à alimentação!

Não quer dizer que ainda não coma uma coisita ou outra grelhada. Mas um bife já é difícil – talvez pelo pedaço de carne. O importante e o que considero sábio a nível de comportamento, é respeitarmos e ouvirmos o nosso corpo e a nossa vontade. Enquanto sentirmos o apelo, devemos respeitar, pois esse apelo só terminará quando sentirmos a consciência do que nos faz estar ligado àquilo que desejamos. Se desrespeitarmos esse apelo que é natural de todo o mecanismo evolutivo do corpo humano e da ligação alma/corpo na vida terrena, surgirão problemas e desequilíbrios, pois é como se não estivéssemos a respeitar o comando central do nosso corpo.

A experiência diz-me que devemos ser naturais e em harmonia com a vida e todo o nosso processo interno que é único. Tal com a vida acontece naturalmente em cada um de nós, devemos ter isso em conta SEMPRE, e o mais importante – lembrar-nos que somos todos diferentes e únicos!

Se existiu alguém que aprendeu a criar o seu próprio método e a alimentar-se harmoniosamente, como primeiro exemplo ou referência, será que o que procuramos não é exatamente isso? Em vez de procurarmos fora, ou nos profissionais, que por mais que possam ajudar, apenas fazem a sua parte – a grande e a maior parte cabe a si fazer – escutar, sentir e ser fiel ao seu corpo físico!

Antes de divulgar algo observe com atenção o que sente ao observar isso mesmo. Se sentir algum tipo de desconforto…ignore e aproveite para criar uma oportunidade à sua maneira para passar a mensagem que pretende.
Nada se consegue com fundamentalismos ou radicalismos…tudo deverá ser natural!
Mas… eu posso estar errado para si…apesar de sentir que estou certo para mim! ;-)

Abraço na Paz e Amor

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